1992.
Eu era aluno recente do curso de Engenharia da USP (Poli), apaixonado por física e matemática.
Numa das primeiras aulas de física do curso o professor põe na lousa a lei fundamental da gravitação

G é a constante universal da atração gravitacional (=6,67.10^(− 11) Nm^2/Kg^2);
M e m são as massas dos dois corpos;
d é a distância entre os centros dos dois corpos;
F é a intensidade da força gravitacional.
Imediatamente me veio à memória a Lei de Coulomb, relativa à eletricidade

Q e q são as cargas elétricas dos dois corpos;
d é a distância entre os centros dos dois corpos;
F é a intensidade da força elétrica.
A dedução foi automática, quase inevitável: dois fenômenos representados de maneira tão similar devem ser muito similares. Ora, se as cargas podem sem negativas e positivas, ou seja, podem atrair-se ou repelir-se, por que não as massas? Obviamente riram de mim. Riram muito. Fiquei constrangido. Mas entre o constrangimento e a idéia, preferi esta última e guardei por muitos anos. E há muitos anos essa idéia não se conforma em ficar presa na minha cabeça.
Se pudermos falar em gravidade negativa, ou seja, repulsão gravitacional, talvez possamos controlar essa atração/repulsão como fazemos com a eletricidade, gerando intencionalmente efeitos interessantes como flutuação, por exemplo.
Naquela época, a idéia era impensável. Hoje em dia, com a ciência falando em partículas-fantasma, tachions, matéria escura e outras coisas igualmente estranhas, quem sabe minha estranha idéia deixe de ser assim tão estranha.
E quem sabe um dia eu poderei rir de terem rido de mim... rs
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